A La Niña ainda domina o verão, mas a estação poderá ajudar a diminuir o déficit hídrico no Paraná

Criado em 18/12/2020 20:50

Verão chega nesta segunda-feira com tempo instável, prevê o Simepar

O verão começa às 07h02 desta segunda-feira - 21 de dezembro – e termina às 06h38 de 20 de março de 2021. Segundo o Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar), a previsão para o primeiro dia é de tempo instável, parcialmente nublado com pancadas de chuva em quase todo o Estado, exceto na região de Pato Branco onde fica firme. A temperatura mais baixa prevista é de 16 ºC em União da Vitória, Pato Branco e Laranjeiras do Sul. A mais alta deve ser registrada em Jacarezinho: 34 ºC.

“Presente na primavera, o fenômeno climático La Niña continuará ativo, com intensidade fraca a moderada, perdendo força no final do verão”, afirma o meteorologista do Simepar, Reinaldo Kneib. Além disso, uma bolha de água mais quente se forma na Costa Sul do Brasil, Uruguai e Argentina, com tendência a diminuir em fevereiro. “O cenário climático global indica temperatura média do ar próxima à normal climatológica, porém estão previstos dias consecutivos de altas temperaturas, que podem causar desconforto térmico”, informa.

A ocorrência de chuvas ficará entre ligeiramente abaixo e próxima à média climatológica em todas as regiões, mantendo-se a distribuição espacial e temporal irregular verificada nos últimos meses. São previstos vários dias consecutivos de tempo seco e muito quente. A severidade e a localização das tempestades típicas da estação só podem ser verificadas em curto ou curtíssimo prazo. “Apesar da previsão de chuvas mais frequentes do que as registradas na primavera, o panorama para o primeiro trimestre de 2021 é de recuperação lenta dos níveis dos reservatórios de abastecimento de água no Paraná”, observa Kneib.

Historicamente, o verão é a estação mais chuvosa no Paraná. Em todas as regiões são comuns as chuvas intensas, pontuais, de curta duração e com muitos raios, frequentemente acompanhadas de vendavais e granizo. A causa está na associação entre sistemas atmosféricos de mesoescala – tempestades isoladas, linhas de instabilidade e aglomerados de nuvens convectivas -, aquecimento diurno mais intenso e aumento da umidade do ar. As temperaturas mais altas geralmente são verificadas nas regiões Oeste, Sudoeste, Norte e Litoral.

DESASTRES NATURAIS – Durante o verão, a Defesa Civil Estadual estará atenta em tempo integral a situações meteorológicas adversas que possam causar desastres. Segundo o tenente Marcos Vidal da Silva Junior, analistas especializados orientam os coordenadores municipais sobre procedimentos preventivos e de apoio a populações afetadas por eventos climáticos severos, especialmente as pessoas mais vulneráveis. Além disso, a Defesa Civil Estadual dispõe de materiais e logística para chegar aos locais afetados, garantindo rápido atendimento.

Com base nas previsões do Simepar, o Centro Estadual de Gerenciamento de Riscos e Desastres (Cegerd) dispara alertas às prefeituras e à população. Interessados em receber as mensagens devem enviar por SMS o número do seu CEP para 40199. Mais informações estão disponíveis em www.defesacivil.pr.gov.br/Pagina/Alerta-SMS.

A página da Defesa Civil Estadual também dá dicas de como agir para se proteger em caso de alagamentos, deslizamentos ou vendavais, comuns no verão: http://www.defesacivil.pr.gov.br/servicos/Seguranca/Defesa-Civil/Saber-como-agir-em-caso-de-desastres-ambientais-0GNAl2o8.

AGROMETEOROLOGIA – A pior seca de toda a história paranaense ocorrida neste ano prejudicou a implantação das safras de soja e milho, em alguns casos sendo necessários o replantio e a adequação de cultivares de ciclos mais curtos. Segundo a agrometeorologista do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR), Heverly Morais, “a perspectiva de chuvas e temperaturas dentro das médias históricas favorece o desenvolvimento da agricultura neste verão, com boa produtividade, beneficiando a soja, o milho e as frutíferas em geral”. Recomenda-se o cuidado intensivo para com as hortaliças, que podem ser afetadas pelas chuvas fortes e temperaturas elevadas. Após a longa estiagem, a produção da massa verde está sendo recuperada. “A preocupação se volta ao milho safrinha, principal cultura do outono, que teve sua semeadura impactada”, finaliza.

TABELA 1 - Valores das médias históricas de chuva (faixa de variação), temperatura mínima e temperatura máxima para cada região do Paraná nos meses de janeiro, fevereiro e março

Região
Janeiro Fevereiro Março
Chuva (mm/mês) TMIN
°C
TMAX
°C
Chuva
(mm/mês)
TMIN
°C
TMAX
°C
Chuva   (mm/mês) TMIN
°C
TMAX
°C
Litoral 240-420 20,6 30,3 250-390 21,1 30,4 190-400 20,2 29,1
RMC 130-210 16,2 25,9 110-160 16,7 26,2 100-155 15,7 25,0
Centro 140-230 16,5 26,9 120-190 16,6 26,4 105-200 15,5 25,9
Sul 150-230 16,6 27,4 150-210 16,8 27,3 105-180 15,8 26,3
Sudoeste 130-230 18,0 29,0 150-220 18,0 28,3 105-165 16,8 27,9
Oeste 120-200 19,0 28,5 120-190 18,9 28,3 100-220 18,2 28,2
Norte 140-230 19,5 29,0 120-190 19,6 29,5 100-175 18,6 29,4
Fonte: Rede Agroclimatológica IDR Paraná

Entrevistas: meteorologista Reinaldo Kneib - Centro Politécnico da UFPR – Curitiba/PR (41) 3320-2000 imprensa@simepar.br


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